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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pesquisa mostra relação das bactérias bucais com doenças pulmonares


Um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Cuidados Pulmonares e do Departamento de Periodontia das Faculdades de Medicina e de Odontologia da Universidade de Buffalo, em Nova York, revelou que uma higiene bucal ineficiente favorece a colonização de bactérias bucais que causam infecções respiratórias e doenças pulmonares.

O trabalho, publicado pela Chest (Cardiopulmonary and Critical Care Journal), envolveu 49 pessoas moradoras de asilos, sendo 27 mulheres e 22 homens, que foram internadas em um hospital com alto risco de desenvolvimento de Pneumonia.

Estas pessoas tiveram a identificação das bactérias encontradas em suas bocas (via genotipia molecular), antes do desenvolvimento da Pneumonia, sendo que 28 apresentaram germes que sabidamente ocasionavam doença respiratória em suas mostras de placas dentárias.

Após algum tempo 14 pessoas desenvolveram Pneumonia, sendo que 10 haviam desenvolvido a doença respiratória devido aos germes encontrados em suas placas bacterianas. Os testes dos germes dos pulmões mostraram que o DNA se ajustava com o DNA das placas dentárias em mais de 50% das pessoas que desenvolveram a Pneumonia.

A população idosa – como a que foi abordada neste trabalho –tem sido alvo de diversas investigações nos últimos anos por sua maior facilidade de sucumbir aos microorganismos patogênicos relacionados às doenças respiratórias. Todos esses estudos têm apontado a influência da cavidade oral como a principal fonte para o alojamento desses agentes patogênicos. Porém, segundo o Dr. Ali El-Solh, coordenador do estudo da Universidade de Buffalo, “este é o primeiro trabalho a concluir, de forma efetiva, uma ligação entre a higiene bucal e as doenças respiratórias”.

E ainda relata que “embora a pesquisa publicada na Chest tenha sido desenvolvida com um público específico, teoricamente as suas conclusões podem ser aplicadas para a população em geral que pratica uma higiene bucal pobre/inadequada, visto a confirmação de que a placa bacteriana se transforma num reservatório de patógenos respiratórios”.

O processo de formação da placa e seu contexto – após uma limpeza completa dos dentes, a placa supragengival se acumula ao longo da margem dos dentes em 2 dias e nesse ponto ela começa a aumentar em espessura, onde se torna um campo fértil para o desenvolvimento das doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite.

A prevalência de inflamação gengival no Brasil e em todos os demais países, particularmente em adultos jovens, sugere que a maior parte da população pratica a higiene oral inadequada, especialmente em certas áreas da dentição.

Segundo dados da pesquisa mundial de Saúde Bucal no Brasil, divulgada pela Fio Cruz, o País concentra 15,5 milhões de brasileiros totalmente sem dentes. Entre as mulheres acima de 50 anos, este índice chega a ser mais assustador, 56%.

Um diagnóstico publicado no ano passado pelo Ministério da Saúde revelou que quase 80% da população apresenta doenças gengivais. O problema se agrava na população mais idosa, onde cerca de três em cada quatro pessoas acima de 65 anos já nem possuem mais os dentes.

Embora grande parte desse quadro seja originário da situação financeira que inviabiliza a visita e tratamento com dentista, outra importante parcela de responsabilidade está na falta de conhecimento de informação da população, que desconhece cuidados mínimos para manter a boa higienização da boca e assim evitar o desenvolvimento de doenças.

Fonte:Agência Brasileira de Notícias

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