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domingo, 7 de março de 2010

Mal silencioso, hipertensão pode causar AVC e infarto


Em janeiro deste ano, uma crise de hipertensão atrapalhou os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O motivo, segundo os médicos, foi a agenda cheia de compromissos e o estresse pelo qual Lula estava passando. Quem passa por situação parecida, deve ficar atento: o cardiologista Mário Fritsch, coordenador do Departamento de Clínica Médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto, afirma que a correria do dia a dia pode ser um agravante para a doença.

A hipertensão não apresenta sintomas característicos, por isso, em muitos casos, o diagnóstico é tardio. Segundo Mário, algumas pessoas apresentam dores de cabeça ou no peito e tonturas, que também são típicos de pressão baixa. Logo, o problema só pode ser confirmado através de aferição da pressão arterial em pelo menos duas consultas com um especialista. Se o resultado for positivo, são realizados alguns exames, inclusive de sangue, para checar o funcionamento dos rins e taxas como glicose e colesterol.

Outra forma de constatar se baseia em um exame chamado Mapa (monitor ambulatorial de pressão arterial), que monitora a pressão do paciente durante 24 horas. O aparelho é colocado no braço esquerdo da pessoa, que deve praticar todas as suas atividades diárias normalmente. A pressão é verificada em intervalos de 20 minutos durante o dia e 30 minutos à noite.

Em 95% dos casos, predomina o fator genético como causa. Nos 5% restantes, ela se justifica por complicações renais (como rim policístico e insuficiência renal), na glândula supra renal ou na tireóide (hiper ou hipotireoidismo) e pode ser combatida com procedimentos cirúrgicos.

Pessoas que apresentam pressão arterial acima de 14/9 são consideradas hipertensivas; a referência ideal é 12/8. Se a média varia entre esses dois valores, a chamada pré-hipertensão, os pacientes são recomendados a acompanhar as variações e iniciar o tratamento, evitando que a doença desenvolva para outros níveis (leve – de 14/9 a 16/10; moderada – de 16/10 a 18/11; e grave – acima de 18/11).

Como não existe cura, o tratamento é feito à base de medicamentos que controlem o sistema nervoso simpático, diuréticos ou vaso dilatadores. De acordo com pesquisas, o mal já atinge a 30% da população porque a média brasileira de ingestão diária de sal (13g) é maior que o dobro do necessário ao organismo (6g). Por isso, aos pacientes é recomendado diminuir a quantidade do mineral, evitar alimentos enlatados, industrializados e gordurosos e acrescentar frutas, legumes e verduras às refeições. Praticar exercícios físicos regulares, de preferência os aeróbicos, três vezes por semana por 30 minutos também é essencial.

Apesar de atingir mais homens e mulheres na faixa etária entre 40 e 50 anos, a hipertensão já pode ser observada em jovens – principalmente os que fazem uso contínuo de anticoncepcionais orais, corticóides e descongestionantes nasais – além de obesos, fumantes e crianças acima do peso.

– Quem costuma adicionar muito sal às refeições, ingere álcool em grandes quantidades e vive sob constantes períodos de estresse também tem grande propensão a desenvolver pressão alta – explica o médico.

O perigo é grande, alerta o cardiologista, porque a doença atinge os chamados órgãos-alvo: cérebro, coração, rins e vasos, podendo causar acidente vascular-cerebral (AVC), hemorragia e isquemia cerebral, hipertrofia cardíaca (que cronicamente leva à insuficiência e pode causar infarto do miocárdio) e insuficiência renal.

Mário afirma que a disponibilidade de medicamentos tem aumentado a sobrevida de hipertensos, mas é preciso evitar automedicação. Em caso de mal estar, o médico recomenda que um acompanhante tente acalmar o paciente e medir sua pressão cerca de cinco minutos depois que a pessoa estiver sentada e relaxada, com as palmas das mãos abertas. Para evitar erros, é preciso sempre calibrar o aparelho.

– Quando a pressão de uma pessoa hipertensa vai a 12/8, considerada normal, pode acontecer de o organismo interpretar esse evento como pressão baixa. Tomar um remédio que baixe ainda mais essa proporção pode ser muito prejudicial, diminuindo, por exemplo, a irrigação no cérebro. Por isso, mesmo pessoas que já controlam a doença devem recorrer a um serviço de pronto atendimento ou consultar seu médico de confiança – diz (Charline Fonseca/UERJ).

Fonte: Abn News

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