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segunda-feira, 1 de março de 2010

Bebidas diets e lights são menos nocivas em relação ao desenvolvimento da cárie, mas também devem ter consumo controlado, alerta especialista


Na Paris do século XVII, por acaso, ao combinar água, suco de limão e açúcar, um grupo de químicos jamais imaginou o que estava inventando e a sua repercussão após tantos anos. No século seguinte, a bebida inventada recebeu adição de gás carbônico e apenas por volta de 1830 passou a ser comercializada. Hoje, os refrigerantes são ícones da cultura de um mundo sem fronteiras, presentes nas dietas de ocidentais e orientais. Todavia, como tudo em excesso é nocivo, o crescente consumo da bebida, que não falta nas reuniões entre amigos e familiares, se torna cada vez mais alvo de políticas públicas de saúde, principalmente para os dentistas.

Tais bebidas são compostas por corantes, conservantes, aromas sintéticos de frutas, gás carbônico e, especialmente, açúcar – vilão de problemas como cáries, sobrepeso, gastrite, diabetes e alta dos níveis de triglicérides –, além da cafeína, diurético que estimula o sistema nervoso central, diminuindo o sono. Os refrigerantes de cola ainda apresentam ácido fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o principal componente da matriz dos dentes.

De acordo com a professora-doutora Sonia Groisman, da Faculdade de Odontologia da UFRJ, “a saúde bucal está relacionada à saúde do organismo como um todo. A degeneração de tecidos dentários dificulta a digestão e pode comprometer outros sistemas do corpo humano”. Especificamente, em relação à área de atuação dos dentistas, os principais danos do consumo excessivo de refrigerantes são o desenvolvimento da cárie – devido ao alto teor de açúcar da bebida – e a erosão dentária.

Groisman analisa que “a cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo de desmineralização dentária”, perda de minerais em razão da acidez. Para combatê-la, é necessário o controle das placas bacterianas acumuladas na superfície dos dentes e o uso de fluoretos. “O refrigerante, pela presença da sacarose (tipo de açúcar), faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a desmineralização do esmalte dentário. Os mecanismos de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos para normalizar o nível do pH, remineralizando o dente”, esclarece. O contínuo desequilíbrio desse processo gera lesões cariosas.

Diets e lights

A doutora alerta que os refrigerantes diets e lights são menos nocivos em relação ao desenvolvimento da cárie; porém, são prejudiciais em relação à erosão dentária. “É uma patologia crescente no Brasil e no mundo. A acidez dos refrigerantes e sucos industrializados causa erosão e, quando adicionada sacarose, eles promovem também cáries”, afirma Sonia.

Extinção dos refrigerantes da dieta

Quanto à radical decisão de cortar os refrigerantes da dieta, a doutora avalia: “Nunca recomendo a extinção do consumo de nada que faça parte da cultura do paciente; procuro minimizá-las. O fundamental é visitar o dentista regularmente para se ter orientações adequadas sobre sua dieta de forma individualizada, fazendo-se ajustes de comum acordo, nunca esquecendo os hábitos de higienização e o uso de fluoretos" (Thiago Etchatz/AUN/CCS/UFRJ).

Fonte: Abn News

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